A crise do saber




Assentado estava eu

No chão frio e úmido do meu eu

A cabeça entre os joelhos e os pensamentos, só quem sabe é Deus



Meu corpo estava lá, dava prá ver

Minha alma passeava no quarto escuro do meu ser



Procurava por luz

Procurava saber

O que não sabia, não podia entender

Mas o que eu não sabia, é que ia doer



Agora estou sem chão

Meu corpo flutua nesta imensidão

Me contaram mentiras?

Ou foi só ilusão?

Não me diga que sim

Não me diga que não



Quero apenas saber

Quem está com a razão?

Quero apenas entender esta grande questão



Quem sou eu?

Quem é você?

Quem é Deus?

Será o fim?



Prá onde iremos então?

Dormir, repousar, morrer?

Ressurgir, acordar, renascer?



Em outro país?

Em outro lugar?



Quem vai responder?

Quem vai omitir?



Eu vou me recolher!

Eu vou me calar!

Para não perecer

Prefiro pensar, ao invés de saber

14 Response to "A crise do saber"

  1. Eduardo Medeiros says:
    25 de março de 2010 às 20:11

    Jair, demorei para comentar por aqui, mas já li suas postagens anteriores e esta mais recente.

    Que crise é essa? É a crise de quem pensa. Mas estamos destinados a pensar e a pensar e a repensar e aí pensar de novo e de novo...indefinidamente.

    Definir, pode ser reduzir. Mas precisamos definir para dar sentido. Não se desespere, pois as perguntas que você faz todos nós fazemos há séculos. E sabe, não existe respostas definitivas.

    Talvez seja esse o charme das perguntas existênciais. Ninguém pode realmente, definí-las, quem ousa fazê-lo, não responde, apenas as reduz.

    Não são perguntas matemáticas. São perguntas que cada um tem que buscar as respostas que melhor lhe convier e que lhe dê sentido.

  2. Gresder Sil says:
    25 de março de 2010 às 20:31

    Eu as vezes fico pensando o que será, mas penso sem medo, sem culpa, muito pelo contrario, apesar de absolutamente não saber, eu acredito num gran finale feliz para todas ou quase todas as criaturas de Deus.

  3. Jair dos Santos says:
    26 de março de 2010 às 10:04

    Querido Capitão;

    Muito obrigado pela consideração, fico muito contente com sua visita.

    Em relação a crise que atravesso, consiste em conflitos com a minha consciência, pois a medida que aumenta o meu conhecimento, aumenta também a responsabilidade e o compromisso com as verdades descobertas, até parece uma crise de identidade.

    Concordo as minhas questões não têm respostas definitivas.

  4. Jair dos Santos says:
    26 de março de 2010 às 10:09

    Amigo Gresder;

    Obrigado pela visita.

    Também aguardo este granfinale, mas hoje o que é mais conflitante é que este granfinale pode ser apenas construção da nossa mente poética e romantica e que pode não expressar a realidade. ( Qual é a realidade?...rsrsrs)

    Volte sempre amigo.

    Fico devendo uma visita na sua sala, valeu.

  5. Paulinha says:
    26 de março de 2010 às 23:17

    Amigo JAIR,

    Maravilhoso ensaio...Parabéns!!

    Sabe que lendo as entrelinhas, me veio uma reflexão....nós, quanto mais sabemos, mais necessitamos saber....pois um conhecimento leva à outro, uma exigência leva à outras exigências....

    Nunca vamos deixar de querer saber, e consequentemente, nunca deixaremos de questionar, seja à nós mesmo, seja à Deus, seja às outras pessoas, à ciência...etc...

    Pois em nós humanos prevalece muito o anseio em buscar cada vez mais e mais...

    É na ansiedade pela busca do incerto ou do certo, que geram as tais "crises do saber" (no meu ponto de vista)..

    Beijos!!
    Muita paz amigo!!

  6. Isa Medeiros says:
    27 de março de 2010 às 11:36

    Prezado Jair

    Todos estes seus questionamentos já me assolaram há anos.

    Na verdade, ainda hoje - e enquanto estivermos aqui - o pensar na irracionalidade, no absurdo, no pavor que é o fato de estarmos aqui sem sabermos de onde viemos tampouco o que somos, para onde iremos e quem é realmente o Deus, possui a propriedade infalível de nos conduzir à mais profunda e densa loucura.

    Como, ao que me parece o louco não goza de suas faculdades mentais, prefiro ainda não me arriscar a adentrar esse tereeno inóspito. Quem sabe Nietzsche finalmente aprendera tudo; quando já não podia mais se expressar...

    Fé no Cristo, amor pela sua vida, pelas suas palavras e pela sua humanidade: é nisso que me sustento.

    Abraço.

  7. Marcio Alves says:
    27 de março de 2010 às 14:24

    Amigão Jair, primeiramente quero elogiar e destacar a beleza do design novo do seu blog, e em segundo lugar dizer que você descreveu, de modo leve e poético sobre as crises existenciais que assolam a todos os homens sem exceção, parabéns amigo poeta.


    Abraços

  8. Jair dos Santos says:
    27 de março de 2010 às 16:32

    él,él,,él a Paulinha é fiel, vai curintiahhh...rsrsrs

    Amiga Paulinha;

    "Saber," está ai a raiz de toda crise de ser, quanto mais se sabe, mais se precisa saber e quando se sabe se chega a conclusã que nada é como se pensava saber.

    Abraços!!!

  9. Jair dos Santos says:
    27 de março de 2010 às 16:41

    Marcio Meu Grande Amigão de tantos sorrisos e muitas rizadas...é brasa mora...hihihihi...Hoje eu tô cá gota...kkkkkk


    Obrigado pelos elogios.

    "Leve poético?"

    Só Deus sabe o peso que arranquei das costas (vc também sabe.) Vai pensando que tá bom...rsrsrs

    Nestes versos descrevo a minha realidade existêncial a qual esto bem no epicentro. Todos já passaram ou vão passar por estas crises, devo dizer que sinto doer até os ossos e não há remédio que possa curar.

  10. Eduardo Medeiros says:
    27 de março de 2010 às 17:00

    Jair, não dá para ser crente evangélico tradicional com a cabeça que nós hoje temos. Isso não é pressunção, é apenas uma fato. Tivemos a ousadia de olhar para além dos muros que nos davam segurança, paz e certeza.

    Azar o nosso...

    Ou então, sorte a nossa...

    vai depender da ótica. Eu já passei muito tempo com essa crise, que realmente, é uma crise de identidade.

    Mas para mim, o que me deu paz foi não considerar nenhuma crença teológica como absoluta, vê-las apenas como construções da fé.

    Hoje eu não tenho mais crenças, só tenho a fé. Ela me basta. Ela não pergunta, não questiona e nem quer sistematizar.

    Tenho fé em deus, mas não procuro mais dar uma "cara" para ele. Meu deus não tem cara, ele é não sendo.

    Hoje só cultuo ao meu deus através do existir, do ser, do contemplar.

    Discutir teologia para mim é um passatempo que no fundo, sei que não serve para nada. A teologia, seja ela de que religião for, só consegue dar caras a deus, mas nenhuma nunca o viu "cara à cara"

    Não preciso dos dogmas da crença, basta-me a fé.

  11. Jair dos Santos says:
    28 de março de 2010 às 04:19

    Perfeita esta sua colocação meu querido Dudu; Realmente fé é algo que não tem discussão. Fé este é o segredo para sentirmos Deus bem pertinho de nós.

    Não precisamos definí-lo, precisamos apenas senti-lo, não precisamos vê-lo, precisamos apenas percebê-lo.

    Volte sempre meu capitão.

  12. Isa Medeiros says:
    30 de março de 2010 às 00:02

    Isso só acontece comigo, é?

    Só meus comentários não são respondidos?

    Sou invisível ou tão insignificante? (que dramático, eu sei).

  13. Jair dos Santos says:
    30 de março de 2010 às 10:38

    Meu querido Presidente;

    Perdoe-me a distração, acabei por não responder ao seu comentário.

    Ando numa correria louca me desculpe.

    Seu comentário é sempre pertinente, e traduz com clareza o cerne da poesia.

    Obrigado meu querido e volte sempre!!!

  14. Jair dos Santos says:
    31 de março de 2010 às 09:39

    Querido Alexandre Pitante;

    Seja muito bem vindo ao meu cantinho virtual, fique a vontade para comentar, concordar e descordar, mas o mais importante é que fique sempre por aqui.

    Em breve visitarei seu blog, com muito prazer.

    Forte abraço.

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