Qual será um bom conselho? Quem é tão sábio que possa considerar? Quem é o tolo que não deva se arriscar? Rejeitar o tal conselho, bem mais tolo o fará?
Quem segue o conselho, liberdade perderá. Pois quem vive de conselhos, poucos dias contará.
Quem vive de conselhos na verdade não viveu. Vive o medo do conselho que um dia recebeu. Desconfio que não vive, á muito já morreu.
Então vai o meu conselho. Não sofra influência. Viva o bem, se prepare, espere o mal. Viva a sua experiência. Não escute muitas vozes, só a sua consciência.
Seja sábio, viva a sua vida. A vida faz o sábio. O sábio vive a vida.
Por fim, te darei um bom conselho. Se este conselho lhe foi bom, Me agradeça em dinheiro.
Lembro-me com muita alegria daqueles dias naquele pequeno salão de paredes manchadas pelo mofo e a infiltração.
Do lado de fora uma placa: “Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo” e em destaque escrito em vermelho Entrada Franca.
Meu Pastor chorava ao ver a situação das paredes, e sempre dizia “um dia a gente se muda para outro salão”.
Tudo isso por que não valia à pena gastar com reforma, o salão era alugado, os recursos escassos e o “Seu Carlos” (Pastor Carlos Alberto Ribeiro Bastos) como ainda o chamo carinhosamente, nunca teve coragem de pedir mais uma oferta aos pobres irmãos. Somente chorava e lamentava á Deus esperando uma solução.
Alguns irmãos se irritavam e á ele chamavam de crente chorão.
Mais foi naquele lugar que tive um encontro com Deus, foi ali que recebi dons espirituais foi ali que preguei pela primeira vez.
As pernas tremiam, ainda hoje é assim, a boca seca, o suor frio escorre pelo rosto. Assim foi a primeira vez que subi naquele púlpito simples de madeira, a tribuna formada de cadeiras que foram tiradas da cozinha do Pastor. Aliás, segundo ele mesmo conta, a Igreja começou na sala da sua casa no bairro Jardim Piracuãma. (periferia da zona sul de São Paulo).
Se antes eu não falava a verdade, foi ali que aprendi a falar, ao ver o exemplo daquele ancião de cabeça branca, que na época não era tão ancião e ainda não tinha os cabelos brancos.
Homem integro, verdadeiro, que de tão verdadeiro se tornava rude, parecia não ter amor. Serio severo, ainda gosta da fama de doutrinador. Descobri seu ponto frágil, lhe faltava o carinho de um filho, ninguém lhe chamava de “Querido Pastor”.
Ganhei sua amizade e sua confiança, ganhei o seu amor, de vez em quando ainda me fala com aquela fala alta e grossa; “Meu filho serás o meu sucessor”.
Hoje continuo pregando e sempre procuro falar a verdade, lembrando dos ensinamentos do meu velho Pastor que hoje já não prega mais na Igreja, foi substituído por um Doutor.
Ainda não se cumpriu aquela profecia, que eu me tornaria o seu sucessor, ou talvez já se cumpriu, ele não soube interpretar. Caminho firme e contente e guardo no peito as palavras de quem um dia me ensinou a pregar.
O meu interesse não é dinheiro, nem tão pouco o status, quero apenas falar a verdade, ser sempre simplista e nunca ser considerado um mentiroso sofista.
Os fatos aqui escritos nesta poesia são reais, meu querido Pastor Carlos ainda é vivo, quanto a Igreja, se mudou para outro salão, um pouco maior um pouco melhor, sem infiltração, tem até uma sub-congregação que um dia fui dirigente. O Pastor continua chorão, já está jubilado, não o deixam mais pregar, hoje é este o motivo que o faz chorar.