“O Testemunho de Lázaro”



Estive enfermo, meus dias prestes a se findar
Minhas irmãs inconformadas, só sabiam chorar
Lembraram-se do nosso amigo, e pediram para lhe chamar

Dois dias se passaram
Nenhuma resposta
Deitado em uma cama eu olhava para porta
Esperando ele chegar

Minhas irmãs lastimavam
Amanhã será tarde
Lázaro não resistirá

Antes de adormecer, consegui balbuciar
Jesus é meu amigo
Não tarda e não falhará
Chegará na hora certa
Com ele irei me encontrar

De repente adormeci
Não percebi o tempo passar

Quatro dias, que tristeza

Mas ele não me abandonou
Na minha alma a certeza
Ele muito me amou

Ouço os passos e o choro da multidão
Meu corpo gelado, já em decomposição
De repente uma lagrima aqueceu meu coração
Era a lagrima de Jesus que chorava de comoção

Durante alguns instantes um silêncio se formou
Não se ouvia ninguém falar
O silêncio foi rompido, a pedra removida
Um brado a retumbar

Lázaro vem para fora
Vem que quero te abraçar

As amarras da morte, não poderam suportar
As frágeis ataduras, não me impediram de caminhar
Ao encontro de Jesus que estava a me esperar

Fui guiado por uma luz
A luz do seu olhar
Nos lábios um sorriso
Apressei-me alegremente

Agora estou ditoso, tenho vida novamente.

Deus Musica Poesia






Deus musica e poesia
Destes, a essência da vida

Nas batidas do coração
Nos acordes da canção
Nas rimas do refrão

Embala o presente
Remete-nos ao passado
Transporta-nos para o futuro

É trindade e não tricotomia
Elimina a solidão e encerra a monotonia
Sonoriza o amor e a alegria
Traz a cura da melancolia

Adormece-nos, quando cansados
Desperta-nos revigorados
Renova-nos a esperança
Nos faz sorrir feito criança

Aquece as paixões
Arrebata os corações
Ilumina as escuridões


Imagine a vida sem Deus
Imagine a vida sem musica
Rejeite a vida e a sua poesia

Assim era a terra sem forma e vazia

Deus é o poeta, compositor
O Universo é a sua musica
O homem é a sua poesia
Jesus Cristo é a sua canção de amor

"Falando de Amor"

 




O que é o Amor?
Quem já sentiu?
Quem permitiu?

O Amor

Pela Mulher
Pelo Homem
Por um, qualquer

O Amor

Quando existe
Deixo de ser
Prá se doar
Prá oferecer

O Amor

Prá se entregar
Prá se ferir
Prá se doer



O Amor

Prá se deixar
Se envolver
Prá se ganhar
Não se perder

O Amor

Prá se morrer
Prá se amar
Prá se viver

Jesus é o Amor, morreu de amor, morreu por amar.

De ladrão a grande nação.

 




Lá vai Jacó
Fugindo desesperado
Esaú está irado, deseja-lhe matar

Lá vai Jacó
Com os pés feridos
Mais ferido o coração
Sua alma o acusa
Enganaste o teu irmão

Lá vai Jacó
Temendo a própria sorte
Lá no vale de Jabóque
Um combate sucedeu

Dizem que lutou com anjo
Dizem que lutou com Deus

Durante toda madrugada
A batalha foi travada
Jacó prevaleceu

Com a coxa machucada
Sua vida foi marcada
Nunca mais se esqueceu

Deus pergunta o seu nome
Uma resposta acanhada
No peito o medo
Na garganta um nó
Mais responde a verdade
O meu nome é Jacó

Sou filho de Isaque
Meu avô é Abraão
Esaú é meu irmão
Quer matar-me
Considera-me ladrão

Deus declara sem demora
Já conheço tua historia
Escrevi o teu papel
Não te chamarão Jacó
O teu nome é Israel

“Vaidade.”





Companheira da Soberba
Inimiga da Humildade

Semeadora das intrigas
Destruidora de amizades

Vive sempre de aparência
Não suporta a verdade

Cativante, lisonjeira
Armadilha da maldade

Sedutora, atraente
Traidora sem piedade

Leva-nos as alturas
Abandona-nos na sepultura

Vaidade

Os teus dias são contados
Brevemente terão fim

Regeitarão tua luxúria
Negarão a tua volúpia

Perder-se-á no caminho
Desaparecerá no espaço

Logo findar-se-á
Chegará o teu fracasso

A realidade a ti virá
Onde estarás óh vaidade?

Solitária!
Desprezou a amizade

Sozinha!
Esmagou o coração

Assim ficará!
Morrerá de solidão

Vaidosa, efêmera

Como bola de sabão

“Um bom conselho”





Qual será um bom conselho?
Quem é tão sábio que possa considerar?
Quem é o tolo que não deva se arriscar?
Rejeitar o tal conselho, bem mais tolo o fará?

Quem segue o conselho, liberdade perderá.
Pois quem vive de conselhos, poucos dias contará.

Quem vive de conselhos na verdade não viveu.
Vive o medo do conselho que um dia recebeu.
Desconfio que não vive, á muito já morreu.

Então vai o meu conselho.
Não sofra influência.
Viva o bem, se prepare, espere o mal.
Viva a sua experiência.
Não escute muitas vozes, só a sua consciência.

Seja sábio, viva a sua vida.
A vida faz o sábio.
O sábio vive a vida.

Por fim, te darei um bom conselho.
Se este conselho lhe foi bom,
Me agradeça em dinheiro.

Testemunho de um pregador.






 
Lembro-me com muita alegria daqueles dias naquele pequeno salão de paredes manchadas pelo mofo e a infiltração.
Do lado de fora uma placa: “Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo” e em destaque escrito em vermelho Entrada Franca.
Meu Pastor chorava ao ver a situação das paredes, e sempre dizia “um dia a gente se muda para outro salão”.
Tudo isso por que não valia à pena gastar com reforma, o salão era alugado, os recursos escassos e o “Seu Carlos” (Pastor Carlos Alberto Ribeiro Bastos) como ainda o chamo carinhosamente, nunca teve coragem de pedir mais uma oferta aos pobres irmãos. Somente chorava e lamentava á Deus esperando uma solução.
Alguns irmãos se irritavam e á ele chamavam de crente chorão.
Mais foi naquele lugar que tive um encontro com Deus, foi ali que recebi dons espirituais foi ali que preguei pela primeira vez.
As pernas tremiam, ainda hoje é assim, a boca seca, o suor frio escorre pelo rosto. Assim foi a primeira vez que subi naquele púlpito simples de madeira, a tribuna formada de cadeiras que foram tiradas da cozinha do Pastor. Aliás, segundo ele mesmo conta, a Igreja começou na sala da sua casa no bairro Jardim Piracuãma. (periferia da zona sul de São Paulo).
Se antes eu não falava a verdade, foi ali que aprendi a falar, ao ver o exemplo daquele ancião de cabeça branca, que na época não era tão ancião e ainda não tinha os cabelos brancos.
Homem integro, verdadeiro, que de tão verdadeiro se tornava rude, parecia não ter amor. Serio severo, ainda gosta da fama de doutrinador. Descobri seu ponto frágil, lhe faltava o carinho de um filho, ninguém lhe chamava de “Querido Pastor”.
Ganhei sua amizade e sua confiança, ganhei o seu amor, de vez em quando ainda me fala com aquela fala alta e grossa; “Meu filho serás o meu sucessor”.
Hoje continuo pregando e sempre procuro falar a verdade, lembrando dos ensinamentos do meu velho Pastor que hoje já não prega mais na Igreja, foi substituído por um Doutor.
Ainda não se cumpriu aquela profecia, que eu me tornaria o seu sucessor, ou talvez já se cumpriu, ele não soube interpretar. Caminho firme e contente e guardo no peito as palavras de quem um dia me ensinou a pregar.

O meu interesse não é dinheiro, nem tão pouco o status, quero apenas falar a verdade, ser sempre simplista e nunca ser considerado um mentiroso sofista.

Os fatos aqui escritos nesta poesia são reais, meu querido Pastor Carlos ainda é vivo, quanto a Igreja, se mudou para outro salão, um pouco maior um pouco melhor, sem infiltração, tem até uma sub-congregação que um dia fui dirigente. O Pastor continua chorão, já está jubilado, não o deixam mais pregar, hoje é este o motivo que o faz chorar.